quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Regras?

Estreando a coluna Meu jogo, Minhas Regras, hoje vamos debater por que temos regras em um jogo de RPG.

Se "ninguém ganha", se o jogo visa única e exclusivamente a diversão e se é uma construção coletiva, existe a necessidade de usar regras nele? A resposta é Sim.
Vamos fazer um flashback até nossa infância. Quando brincávamos de "polícia e ladrão", ou algo similar e a brincadeira levava a uma situação do tipo "Eu atirei em você e acertei" e a resposta obtida era "Não, você não me acertou", a brincadeira normalmente acabava, justamente porque não havia uma Regra para essa situação.
Durante uma seção de jogo de RPG o Mestre apresenta diversos desafios e embates que tem que ser solucionados pelos Jogadores. Mas como saber se um personagem é ou não capaz de fazer uma ação com sucesso? É criada uma ficha, de acordo com as regras, explicando o que cada personagem sabe fazer. Uma vez em jogo, o Mestre recorre ao sistema de regras para avaliar se as ações são ou não bem sucedidas. Jogadores recorrem as regras para explicar suas ações e estratégias. E por aí vai.
Sem um sistema de regras definido, o jogo vira uma discussão infinita, ocorrendo em loops. E essas discussões podem virar desavenças pessoais, o que foge completamente da proposta do jogo.
E existe a Regra de Ouro. Ela diz que o Mestre tem total controle das regras descritas nos sistemas de regras, podendo inclusive modifica-las. Mas ela diz também, nas entrelinhas, que o Mestre tem esse poder por ser responsável pela diversão de todos na mesa, inclusive a diversão dele mesmo. Portanto ele precisar ser justo.
Fora que temos outras regras, não previstas nos livros, tipo, depois do jogo o grupo divide o lanche, afinal jogar RPG da fome. A regra do horário, garantindo pontualidade de todos para que o jogo termine no horário previsto, dentre infinitas possibilidades de regras de convívio. O bacana é que muitas dessas regras são criadas em conjunto pelos jogadores, para garantir um melhor convívio ao redor da mesa.
Então chegamos à conclusão de que o RPG é um jogo focado na diversão, mas que tem suas regras. E graças a essas regras não ficamos presos em discussões infinitas que acabariam com a graça da brincadeira.

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